AIDS:
etiologia, clínica, diagnóstico e tratamento
Através de um número alto de pacientes adultos do
sexo masculino, homossexuais e moradores de São Francisco ou Nova York, que apresentavam
sarcoma de Kaposi, pneumonia por Pneumocystis carinii e comprometimento
do sistema imune, pode-se concluir que se tratava de uma nova doença,
denominada de Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), ainda não
classificada, de provável etiologia infecciosa e transmissível.
Em pesquisas feitas posteriormente em pacientes com AIDS, foi
detectado o HIV que é um retrovírus com
genoma RNA, da Família Retroviridae (retrovírus) e subfamília Lentivirinae.
Pertence ao grupo dos retrovírus citopáticos e não-oncogênicos que precisam,
para multiplicar-se, de uma enzima chamada transcriptase reversa, responsável
pela transcrição do RNA viral para uma cópia DNA, que pode, então, integrar-se
ao genoma do hospedeiro. Embora não se saiba ao certo sua origem, sabe-se que
uma grande família de retrovírus relacionados a eles está presente em primatas
não-humanos, na África sub-Sahariana. Aparentemente, o HIV passou a infectar o
homem há poucas décadas; alguns trabalhos científicos recentes sugerem que isso
tenha acontecido entre os anos 40 e 50.
O HIV é bastante
lábil no meio externo, sendo inativado por vários agentes físicos (calor) e
químicos (hipoclorito de sódio, glutaraldeído). Em condições experimentais
controladas, as partículas virais intracelulares parecem sobreviver no meio
externo por até, no máximo, um dia, enquanto que partículas virais livres podem
sobreviver por 15 dias, à temperatura ambiente, ou até 11 dias, a 37ºC.
As
principais maneiras de transmissão do HIV são: sexual, sangüínea e vertical (da
mãe para o filho, durante a gestação, parto ou por aleitamento). Além dessas
formas, mais frequentes, também pode ocorrer a transmissão ocupacional, ocasionada
por acidente de trabalho, em profissionais da área da saúde que sofrem ferimentos
com instrumentos pérfuro-cortantes contaminados com sangue de pacientes infectados
pelo HIV.
As
principais formas de prevenção empregadas pelos programas de controle envolvem:
a promoção do uso de preservativos, a promoção do uso de agulhas e seringas
esterilizadas ou descartáveis, o controle do sangue e derivados, a adoção de cuidados
na exposição ocupacional a material biológico e o manejo adequado das outras
DST.
Embora
alguns tipos de exposição acidental, como o contato de sangue ou secreções com
mucosas ou pele íntegra teoricamente possam ser responsáveis por infecção pelo
HIV, os seus riscos são insignificantes quando comparados com a exposição
percutânea, através de instrumentos pérfuro-cortantes. Fatores como prevalência
da infecção pelo HIV na população de pacientes, grau de experiência dos profissionais
de saúde no cuidado desse tipo de paciente, uso de precauções universais
(luvas, óculos de proteção, máscaras, aventais, etc.), bem como a frequência de
utilização de procedimentos invasivos, podem também influir no risco de
transmissão do HIV. O meio mais eficaz para diminuir tanto a transmissão
profissional-paciente quanto a paciente-profissional, baseia-se no uso
sistemático de normas de biossegurança, na determinação dos fatores de risco
relacionados, e na sua eliminação, bem como na implantação de novas tecnologias
da instrumentação utilizadas na rotina de procedimentos invasivos.
Os testes
para detecção da infecção pelo HIV podem ser divididos basicamente em quatro
grupos: detecção de anticorpos, detecção de antígenos, cultura viral e amplificação do genoma do vírus. As
técnicas rotineiramente utilizadas para o diagnóstico da infecção pelo HIV são baseadas
na detecção de anticorpos contra o vírus. Estas técnicas apresentam excelentes
resultados e são menos dispendiosas, sendo de escolha para toda e qualquer
triagem inicial.
Os testes de detecção de anticorpos são: ELISA, Western-blot,
imunofluorescência indireta, radioimunoprecipitação e outros testes para
detecção de anticorpos. Os testes de detecção de antígeno Viral são: técnicas
de cultura viral, testes de amplificação
do genoma do vírus e contagem de células CD4+ em sangue periférico.
Quanto aos aspectos clínicos, a
infecção pelo HIV pode ser dividida em quatro fases clínicas: infecção aguda,
fase assintomática (latência clínica), fase sintomática inicial ou precoce e AIDS.
Os principais sinais e sintomas associados a infecção aguda pelo HIV são:
febre, fadiga, exantema,
cefaleia, linfadenopatia, faringite, mialgia e/ou artalgia, náusea, vômito e/ou
diarréia, suores noturnos, meningite asséptica, úlceras orais, úlceras
genitais, trombocitopenia, linfopenia e elevação dos níveis séricos de enzimas
hepáticas.
Doenças
oportunistas podem se desenvolver em
decorrência de uma alteração imunitária do hospedeiro. Estas são geralmente de
origem infecciosa, porém várias neoplasias também podem ser consideradas
oportunistas. As infecções oportunistas (IO) podem ser causadas por
microrganismos não considerados usualmente patogênicos, ou seja, não capazes de
desencadear doença em pessoas com sistema imune normal. Entretanto,
microrganismos normalmente patogênicos também podem, eventualmente, ser
causadores de IO. Porém, nesta situação, as infecções necessariamente assumem
um caráter de maior gravidade ou agressividade para serem consideradas oportunistas.
As doenças oportunistas associadas à AIDS são várias, podendo ser causadas por
vírus, bactérias, protozoários, fungos e certas neoplasias.
Existem,
até o momento, duas classes de drogas liberadas para o tratamento anti-HIV: inibidores da transcriptase reversa (drogas
que inibem a replicação do HIV bloqueando a ação da enzima transcriptase reversa que age convertendo o RNA
viral em DNA) e inibidores da protease
(drogas agem no último estágio da formação do HIV, impedindo a ação da
enzima protease que é fundamental
para a clivagem das cadeias protéicas produzidas pela célula infectada em proteínas virais estruturais e enzimas que
formarão cada partícula do HIV).
A terapia anti-retroviral é uma área complexa, sujeita a constantes mudanças.
As recomendações deverão ser revistas periodicamente, com o objetivo de
incorporar novos conhecimentos gerados pelos ensaios clínicos.
Obs.: Este artigo foi bastante relevante
pelo fato de fixar a etiologia, o diagnóstico
e o tratamento da AIDS e também destacar os cuidados que o nós, como
profissionais de saúde, devemos ter para não haver a transmissão ocupacional e
infecção cruzada.
Discente: Laísa Brenda de Holanda Cavalcanti
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