sexta-feira, 26 de setembro de 2014

AIDS: etiologia, clínica, diagnóstico e tratamento

Através  de um número alto de pacientes adultos do sexo masculino, homossexuais e moradores de São Francisco ou Nova York, que apresentavam sarcoma de Kaposi, pneumonia por Pneumocystis carinii e comprometimento do sistema imune, pode-se concluir que se tratava de uma nova doença, denominada de Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), ainda não classificada, de provável etiologia infecciosa e transmissível.
 Em pesquisas feitas  posteriormente em pacientes com AIDS, foi detectado o HIV  que é um retrovírus com genoma RNA, da Família Retroviridae (retrovírus) e subfamília Lentivirinae. Pertence ao grupo dos retrovírus citopáticos e não-oncogênicos que precisam, para multiplicar-se, de uma enzima chamada transcriptase reversa, responsável pela transcrição do RNA viral para uma cópia DNA, que pode, então, integrar-se ao genoma do hospedeiro. Embora não se saiba ao certo sua origem, sabe-se que uma grande família de retrovírus relacionados a eles está presente em primatas não-humanos, na África sub-Sahariana. Aparentemente, o HIV passou a infectar o homem há poucas décadas; alguns trabalhos científicos recentes sugerem que isso tenha acontecido entre os anos 40 e 50.
O HIV é bastante lábil no meio externo, sendo inativado por vários agentes físicos (calor) e químicos (hipoclorito de sódio, glutaraldeído). Em condições experimentais controladas, as partículas virais intracelulares parecem sobreviver no meio externo por até, no máximo, um dia, enquanto que partículas virais livres podem sobreviver por 15 dias, à temperatura ambiente, ou até 11 dias, a 37ºC.
As principais maneiras de transmissão do HIV são: sexual, sangüínea e vertical (da mãe para o filho, durante a gestação, parto ou por aleitamento). Além dessas formas, mais frequentes, também pode ocorrer a transmissão ocupacional, ocasionada por acidente de trabalho, em profissionais da área da saúde que sofrem ferimentos com instrumentos pérfuro-cortantes contaminados com sangue de pacientes infectados pelo HIV.
As principais formas de prevenção empregadas pelos programas de controle envolvem: a promoção do uso de preservativos, a promoção do uso de agulhas e seringas esterilizadas ou descartáveis, o controle do sangue e derivados, a adoção de cuidados na exposição ocupacional a material biológico e o manejo adequado das outras DST.
Embora alguns tipos de exposição acidental, como o contato de sangue ou secreções com mucosas ou pele íntegra teoricamente possam ser responsáveis por infecção pelo HIV, os seus riscos são insignificantes quando comparados com a exposição percutânea, através de instrumentos pérfuro-cortantes. Fatores como prevalência da infecção pelo HIV na população de pacientes, grau de experiência dos profissionais de saúde no cuidado desse tipo de paciente, uso de precauções universais (luvas, óculos de proteção, máscaras, aventais, etc.), bem como a frequência de utilização de procedimentos invasivos, podem também influir no risco de transmissão do HIV. O meio mais eficaz para diminuir tanto a transmissão profissional-paciente quanto a paciente-profissional, baseia-se no uso sistemático de normas de biossegurança, na determinação dos fatores de risco relacionados, e na sua eliminação, bem como na implantação de novas tecnologias da instrumentação utilizadas na rotina de procedimentos invasivos.
Os testes para detecção da infecção pelo HIV podem ser divididos basicamente em quatro grupos: detecção de anticorpos, detecção de antígenos, cultura viral e amplificação do genoma do vírus. As técnicas rotineiramente utilizadas para o diagnóstico da infecção pelo HIV são baseadas na detecção de anticorpos contra o vírus. Estas técnicas apresentam excelentes resultados e são menos dispendiosas, sendo de escolha para toda e qualquer triagem inicial.
Os testes de detecção de anticorpos são: ELISA, Western-blot, imunofluorescência indireta, radioimunoprecipitação e outros testes para detecção de anticorpos. Os testes  de detecção de antígeno Viral são: técnicas de cultura viral,  testes de amplificação do genoma do vírus e contagem de células CD4+ em sangue periférico.
Quanto aos aspectos clínicos, a infecção pelo HIV pode ser dividida em quatro fases clínicas: infecção aguda, fase assintomática (latência clínica), fase sintomática inicial ou precoce e AIDS.
Os principais sinais e sintomas associados a infecção aguda pelo HIV são: febre, fadiga, exantema, cefaleia, linfadenopatia, faringite, mialgia e/ou artalgia, náusea, vômito e/ou diarréia, suores noturnos, meningite asséptica, úlceras orais, úlceras genitais, trombocitopenia, linfopenia e elevação dos níveis séricos de enzimas hepáticas.
Doenças oportunistas podem  se desenvolver em decorrência de uma alteração imunitária do hospedeiro. Estas são geralmente de origem infecciosa, porém várias neoplasias também podem ser consideradas oportunistas. As infecções oportunistas (IO) podem ser causadas por microrganismos não considerados usualmente patogênicos, ou seja, não capazes de desencadear doença em pessoas com sistema imune normal. Entretanto, microrganismos normalmente patogênicos também podem, eventualmente, ser causadores de IO. Porém, nesta situação, as infecções necessariamente assumem um caráter de maior gravidade ou agressividade para serem consideradas oportunistas. As doenças oportunistas associadas à AIDS são várias, podendo ser causadas por vírus, bactérias, protozoários, fungos e certas neoplasias.
Existem, até o momento, duas classes de drogas liberadas para o tratamento anti-HIV: inibidores da transcriptase reversa (drogas que inibem a replicação do HIV bloqueando a ação da enzima transcriptase reversa que age convertendo o RNA viral em DNA) e inibidores da protease (drogas agem no último estágio da formação do HIV, impedindo a ação da enzima protease que é fundamental para a clivagem das cadeias protéicas produzidas pela célula infectada em proteínas virais estruturais e enzimas que formarão cada partícula do HIV). A terapia anti-retroviral é uma área complexa, sujeita a constantes mudanças. As recomendações deverão ser revistas periodicamente, com o objetivo de incorporar novos conhecimentos gerados pelos ensaios clínicos.

Obs.: Este artigo foi bastante relevante pelo fato de fixar a etiologia, o diagnóstico e o tratamento da AIDS e também destacar os cuidados que o nós, como profissionais de saúde, devemos ter para não haver a transmissão ocupacional e infecção cruzada.

Discente: Laísa Brenda de Holanda Cavalcanti 

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