SÍFILIS:DIAGNÓSTICO, TRATAMENTO E CONTROLE
A sífilis é doença infecto-contagiosa crônica, que desafia
há séculos a humanidade. Acomete praticamente todos os órgão e sistemas, e,
apesar de ter tratamento eficaz e de baixo custo, vem-se mantendo como problema
de saúde pública até os dias atuais.
A OMS estima em
340 milhões o número de casos novos de DST curáveis (sífilis, gonorréia,
clamídia, tricomoníase). A sífilis é causada por uma
bactéria chamada Treponema pallidum não cultivável e é patógeno exclusivo do
ser humano. É destruído pelo calor e falta de umidade, não resistindo muito
tempo fora do seu ambiente.
É transmitida pela via sexual e verticalmente durante a
gestação, pela placenta da mãe para o feto. Caracteriza-se por períodos de
atividade e latência; pelo acometimento sistêmico disseminado e pela evolução
para complicações graves em parte dos pacientes que não trataram ou que foram
tratados inadequadamente.
As interações entre a sífilis e o vírus HIV iniciam se
pelo fato de que ambas as doenças são transmitidas principalmente pela via
sexual e aumentam sua importância porque lesões genitais ulceradas aumentam o
risco de contrair e transmitir o vírus HIV. A sífilis nos pacientes infectados
pelo HIV, não apresenta comportamento oportunista, mas possui características
clínicas menos usuais e acometimento do sistema nervoso mais frequente e
precoce.
Na maioria dos pacientes infectados com o vírus HIV os
testes sorológicos apresentam-se dentro dos padrões encontrados nos pacientes
não infectados. Entretanto, resultados atípicos podem ocorrer. A titulação
poderá ser muito alta ou muito baixa; flutuações no resultado de exames
consecutivos e falsa-negatividade poderão dificultar o diagnóstico laboratorial.
A utilização da sorologia poderá ser feita a partir da segunda ou terceira
semana após o aparecimento do cancro, quando os anticorpos começam a ser
detectados. Dentre os exames, temos o de Provas diretas, que demonstram a
presença do T. pallidum e são consideradas definitivas, pois não estão sujeitas
à interferência de mecanismos cruzados, isto é, falso positivo. Têm indicação
na fase inicial da enfermidade, quando os microorganismos são muito numerosos.
Encontram sua indicação na sífilis primária e secundária em lesões bolhosas,
placas mucosas e condilomas. Existe também os testes rápidos treponêmicos que
são de grande importância no auxílio do diagnóstico devido à leitura imediata.
A leitura do teste é feita entre cinco e 20 minutos após sua realização.
Entretanto, o teste não deve ser usado como critério exclusivo no diagnóstico
da infecção pelo T. pallidum. Esses testes poderão substituir os testes rápidos
não treponêmicos, principalmente como testes de triagem. O exame do líquor
cefalorraquidiano (LCR) deverá ser indicado nos pacientes que tenham o diagnóstico
sorológico de sífilis recente ou tardia com sintomas neurais e em pacientes que
mantiverem reações sorológicas sanguíneas apresentando títulos elevados após o
tratamento correto. O diagnóstico da sífilis congênita é confirmado por provas
diretas com o achado do T. pallidum nas lesões, líquidos corporais ou tecidos.
Testes sorológicos do sangue do cordão umbilical e sangue periférico do
recém-nato podem ser feitos. Nos casos suspeitos de sífilis congênita, a
radiografia dos ossos longos pode oferecer auxílio diagnóstico. As alterações
mais características são a osteocondrite, periostite e a osteomielite. A histopatologia Não é empregada rotineiramente para o
diagnóstico.
Em relação ao tratamento, em 1943, Mahoney mostrou que a
penicilina agia em todos os estágios da sífilis. A sensibilidade do treponema à
droga, a rapidez da resposta com regres são das lesões primárias e secundárias
com apenas uma dose são vantagens que permanecem até hoje. A penicilina
continua como droga de escolha, e até o momento não foram documentados casos de
resistência.
É possível após a leitura do artigo, conhecer os fatores
etiológicos, epidemiologia, formas de transmissão, principais exames
diagnósticos e tratamento mais adequado para a sífilis.O artigo alerta ainda
para a prevenção e controle da doença. Evitar a transmissão da doença consiste
na detecção e no tratamento precoce e adequado do paciente e do parceiro, ou
parceiros. A prevenção de novos casos deverá ter como estratégia a informação
para a população geral e, especialmente, para as populações mais vulneráveis
(prostitutas, usuários de drogas intravenosas, etc.) sobre a doença e as formas
de evitá-la. Hoje, sabemos que a erradicação da Sífilis e da Sífilis Congênita
é um desafio mas que pode se transformar em uma realidade.
Laísa Vila Nova Asfura, Acadêmica do curso de Odontologia da faculdade
de odontologia de Pernambuco FOP/UPE.
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