O diabetes melito inclui
um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia, resultante
de defeitos na secreção de insulina e/ou em sua ação. A hiperglicemia se
manifesta por sintomas como poliúria, polidipsia, perda de peso, polifagia e visão
turva ou por complicações agudas que podem levar a risco de vida: a cetoacidose
diabética e a síndrome hiperosmolar hiperglicêmica não cetótica. A hiperglicemia
crônica está associada a dano, disfunção e falência de vários órgãos,
especialmente olhos, rins, nervos, coração e vasos sangüíneos. Estudos de
intervenção demonstraram que a obtenção do melhor controle glicêmico possível
retardou o aparecimento de complicações crônicas microvasculares, embora não
tenha tido um efeito significativo na redução de mortalidade por doença
cardiovascular. O diagnóstico correto e precoce do diabetes melito e das
alterações da tolerância à glicose é extremamente importante porque permite que
sejam adotadas medidas terapêuticas que podem evitar o aparecimento de diabetes
nos indivíduos com tolerância diminuída e retardar o aparecimento das
complicações crônicas nos pacientes diagnosticados com diabetes. O diagnóstico
do diabetes baseia-se fundamentalmente nas alterações da glicose plasmática de
jejum ou após uma sobrecarga de glicose por via oral. A medida da
glico-hemoglobina não apresenta acurácia diagnóstica adequada e não deve ser
utilizada para o diagnóstico de diabetes. Os critérios diagnósticos baseiam-se
na glicose plasmática de jejum (8 horas), nos pontos de jejum e de 2h após
sobrecarga oral de 75g de glicose (teste oral de tolerância à glicose – TOTG) e
na medida da glicose plasmática casual. A medida apenas da glicose plasmática
de jejum é considerada pela ADA o método de escolha para o diagnóstico do
diabetes. A ADA recomendou que fosse adotado o valor de glicose plasmática de
jejum ≥ 126mg/dl, pois representa o ponto a partir do qual há um aumento
acentuado no aparecimento de retinopatia e corresponde ao valor de glicose
plasmática 2h após sobrecarga de glicose oral de ≥ 200mg/dl. A diabetes melito
é atualmente classificada em diabetes tipo 1(dependente de insulina), o
diabetes tipo 2(não dependente de Insulina), outros tipos específicos e
diabetes gestacional. Em algumas circunstâncias, o diagnóstico do tipo de
diabetes é mais difícil, podendo ser necessária a utilização de alguns exames
laboratoriais para estabelecer a possível causa do diabetes.
Medida
dos auto-anticorpos
Anticorpos dirigidos contra
componentes das célulasβ têm sido descritos desde a década de 80 e sua presença
indica a existência de um processo auto-imune que pode levar a destruição das
células beta pancreáticas. Os autoanticorpos são marcadores do processo
auto-imune e não agentes patogênicos (34). Pacientes diabéticos com auto-anticorpos
presentes são considerados como do tipo 1.
Avaliação
da reserva pancreática de insulina
A avaliação da reserva pancreática
de insulina pode ser necessária quando persistirem dúvidas em relação à classificação
do paciente como diabetes tipo 1 ou tipo 2 ou em indivíduos com auto-anticorpos
presentes.
Medida
da insulina após estímulo da glicose endovenosa
O teste de tolerância à glicose intravenosa (TTGIV)
é um método utilizado para avaliar a primeira fase de secreção de insulina,
especialmente em indivíduos positivos para os auto-anticorpos. Nestes
pacientes, a diminuição da secreção de insulina é um forte indicativo para o
desenvolvimento de diabetes no próximo ano. O teste deve ser realizado após 3
dias de ingestão liberada de pelo menos 150g/dia de carboidratos e após jejum
de 10-16h.
Avaliação
da glicemia
A avaliação da glicemia ao
longo do dia é uma estratégia importante para se obter o melhor controle metabólico
possível. Usualmente esta avaliação é realizada através da obtenção de sangue
capilar e colocação em fitas reagentes acopladas a aparelhos que fornecem os
resultados em poucos segundos. A auto-monitorização da glicose capilar está
indicada para todo o paciente tratado com insulina ou agentes anti-hiperglicemiantes
orais. Em pacientes com diabetes melito tipo 1 é recomendada a realização de 3
ou mais testes por dia.
Medida
da glicose na urina
O uso de fitas reagentes que
fazem uma medida semiquantitativa da glicose na urina é de fácil realização e
de baixo custo. Vários fatores, entretanto, limitam seu uso como método para
avaliação de controle glicêmico. A glicosúria só se torna positiva quando a sua
concentração sérica é superior a 180mg/dl em pacientes com função renal normal
e com valores ainda mais elevados em pacientes com nefropatia diabética. A
medida da concentração de glicose obtida através das fitas na urina é alterada
pelo volume, reflete o valor médio correspondente ao período do intervalo de
coleta e não dá uma idéia de como está a glicose no sangue no momento da
realização do teste. Apesar destas limitações, a medida de glicosúria deve ser
indicada para pacientes em uso de insulina que não têm condições de realizar
medida de glicose capilar antes das refeições e ao deitar.
Medida
de corpos cetônicos na urina
A presença de cetonúria
verificada através de fitas reagentes e associada a elevados níveis de glicose
plasmática indica um grave distúrbio metabólico e necessidade imediata de
intervenção. É o principal teste para evitar o aparecimento da cetoacidose
diabética. O paciente com diabetes melito tipo 1 deve ser orientado a realizar
o teste sempre que houver uma alteração importante em seu estado de saúde,
principalmente na presença de infecções, quando os valores de glicose capilar forem
consi
stentemente superiores a 240-300mg/dl, na gestação ou quando houver
sintomas compatíveis com cetoacidose diabética (náuseas, vômitos e dor
abdominal).
O artigo é muito interessante , pois detalha os aspectos clínicos da diabetes, caracterizando os diferentes tipos da doença, além de explanar sobre os exames necessários para o diagnóstico e para diferenciação da enfermidade. Deixou-se bem claro que importantíssimo um diagnostico precoce para evitar maiores transtornos. Deixou a desejar só pela falta de uma abordagem voltada ao cirurgião dentista, como por exemplo os cuidados que devem ser tomados diante de um paciente com diabetes.
Larissa Rafaela de Freitas e Silva- 7º período- Turma B- FOP/UPE
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