Hemograma é um exame que avalia as células
sanguíneas de um
paciente, ou seja, as da série branca e vermelha, contagem de plaquetas,
reticulócitos e índices hematológicos.
O hemograma é composto por três determinações
básicas que incluem as avaliações dos eritrócitos (ou série vermelha), dos
leucócitos (ou série branca) e das plaquetas (ou série plaquetária). O sangue do
indivíduo é colhido com anticoagulante (EDTA) ou mistura de
Paul-Heller, para se evitar sua coagulação.
Após a coleta com seringa descartável, o sangue é transferido
para um tubo de ensaio de vidro, que deverá ser rotulado com o nome do paciente
e lacrado com tampa. Não é necessário jejum, mas recomenda-se 24 horas sem
prática de exercícios físicos e 48 horas sem consumo de bebida alcoólica.
O hemograma pode ser realizado utilizando equipamentos não
automatizados, erroneamente denominados “metodologia manual” e, também, por
meio de equipamentos automatizados com ampla variação tecnológica eletrônica
associada à informática. Contagens
manuais do número de hemácias, plaquetas e leucócitos podem ser feitas em câmara de
Neubauer, após uma diluição prévia do sangue. O método dificilmente é usado,
sendo usado em poucos casos de dúvidas da metodologia automática. O esfregaço
de sangue é usado para fazer uma diferenciação entre os leucócitos, isto é,
fazer uma contagem do número de neutrófilos, linfócitos, monócitos, eosinófilos e basófilos,
chegando-se a uma porcentagem de cada célula encontrada, processo usado também
para avaliar a série vermelha e as plaquetas. É feito com uma pequena gota de
sangue posta sobre uma lâmina de vidro onde o técnico fará um esfregaço,
arrastando a gota de sangue com outra lâmina para formar uma película.
A análise da série vermelha contempla a quantificação de
eritrócitos, hematócrito, dosagem de hemoglobina e índices hematimétricos (VCM,
HCM, CHCM, RDW), bem como o exame microscópico da morfologia eritrocitária.
Esses dois conjuntos de análises fornecem subsídios para o diagnóstico das
principais causas de anemias. Define-se por anemia
quando o eritrograma apresenta a concentração da dosagem de hemoglobina menor que
o valor padrão para a idade. A avaliação qualitativa dos eritrócitos
complementa o eritrograma e sua análise obedece a uma seqüência analítica:
tamanho (anisocitose), forma (poiquilocitose), coloração (hipocromia e
hipercromia) e inclusões.
Leucograma é o
estudo da série branca (ou leucócitos), faz-se uma contagem total dos leucócitos e uma contagem
diferencial contando-se 100 células. O adulto normalmente apresenta de
5.000-10.000 leucócitos por 1 mm³ de sangue. A primeira análise do
leucograma se suporta na verificação da contagem total dos leucócitos: quando
os mesmos estão acima do valor padrão para a idade denomina-se por leucocitose,
e quando abaixo por leucopenia. Especialmente a leucocitose deve ser adjetivada
em discreta (ou leve), moderada e acentuada, de acordo com os valores do leucograma.
As leucocitoses ocorrem basicamente em três situações: leucocitose fisiológica
– geralmente de grau leve é comum em gestantes, RN, lactantes, após exercícios
físicos e em pessoas com febre; leucocitose reativa – estão notadamente
relacionadas com o aumento de neutrófilos e se devem às infecções bacterianas,
inflamações, necrose tecidual e doenças metabólicas; leucocitose patológica –
está relacionada a doenças mieloproliferativas (leucemias mielóides,
policitemia vera, mieloesclerose) e linfoproliferativas (leucemias linfóides e
alguns linfomas). As infecções virais, por sua vez, induzem a linfocitose
relativa, com ou sem leucocitose e, às vezes, até leucopenias. Nesses casos a
presença de linfócitos atípicos que se caracterizam pelas morfologias alteradas
nas formas do núcleo e da célula, na relação núcleo/citoplasmática e intensa
basofilia do citoplasma, constantemente ultrapassa a 5% dos linfócitos
contados. Muitas vezes as infecções virais sensibilizam as células
apresentadoras de antígenos as quais são caracterizadas pela monocitose e
linfocitose conjuntamente, como ocorrem na mononucleose infecciosa.
As plaquetas são também produzidas na medula óssea e derivam
da fragmentação do citoplasma dos megacariócitos. Tem forma discóide, são
anucleares e estão presentes no sangue em quantidades variáveis entre 140 e 450
x 103 (média é variável entre nove e doze dias). A atuação fisiológica das
plaquetas é fundamental no processo inicial da hemostasia, promovendo a
agregação dessas células e a adesividade delas com as células endoteliais
próximas às lesões. Durante essas atividades hemostáticas, as plaquetas
funcionam como tampões e promovem o desencadeamento da coagulação sanguínea.
Por essas razões a contagem total de plaquetas e a análise da sua morfologia
são muito importantes.
Dentre os exames laboratoriais mais utilizados ultimamente, o
hemograma é o mais requerido. Sendo de grande importância para o diagnóstico e
acompanhamento de algumas doenças, dando grande segurança para o profissional
(pois se trata de um exame preciso).
Mário Felipe Monteiro de Sousa
Acadêmico da Faculdade de Odontologia de Pernambuco
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