sexta-feira, 26 de setembro de 2014

SÍFILIS: DIAGNÓSTICO, TRATAMENTO E CONTROLE

 


A sífilis, conhecida na Europa desde o século XV, é uma doença infecto contagiosa crônica, que pode ter transmissão congênita, sexual e mais raramente, de forma indireta, por agulhas  contaminadas e objetos perfuro cortantes. Seu agente etiológico é o Treponema pallidum que nas relações sexuais (onde ocorre a maior parte das transmissões) atinge o sistema linfático regional e outras partes do corpo. A imunidade humoral não tem capacidade de proteção, já a celular é mais tardia, permitindo ao T. pallidum multiplicar-se e  sobreviver por longos períodos.

Seus tipos podem ser identificados de acordo com a evolução e o seu tempo de diagnóstico, sendo elas as Sífilis primária, secundária e terciária e em relação ao tempo, a sífilis recente e tardia.

A primária caracteriza-se pela presença do cancro duro, uma lesão específica desse tipo de sífilis. Em geral esse candro é duro, indolor e sem manifestações inflamatórias, localiza-se na região genital e regride espontaneamente. Na secundária, após o período de latência que pode durar de 6 a 8 semanas a doença entrará novamente em atividade. O acometimento afetará a pele e os órgãos internos correspondendo à distribuição do T. pallidum por todo o corpo. O acomentimento das regiões plantares e palmares é bem característico. Quando a sífilis chega a desenvolver-se à fase terciária, acomete regiões de pele, mucosa , sistema nervoso, muscular e os ossos. As lesões nesse estágio são de pequeno número, endurecidas, bordas bem delimitadas, assimétricas.

Na congênita, como o próprio nome já diz, é a sífilis passada por transmissão vertical, de mãe ao filho. A contaminação do feto pode ocasionar abortamento, óbito fetal e morte neonatal em 40% dos conceptos infectados ou o nascimento de crianças com sífilis. Aproximadamente 50% das crianças infectadas estão assintomáticas ao nascimento.

Para se indicar um exame laboratorial deve-se considerar a fase evolutiva da doença, na fase primária e em algumas lesões secundárias, por exemplo, podemos fazer de forma direta, que não sofrem interferência de mecanismos cruzados. Em relação a mucosa oral, deve-se saber da dificuldade de distinção entre o treponema e outros espiroquetas saprófitas da boca a não ser no teste de imunofluorescência direta, já que é altamente específico e com sensibilidade superior a 90%.

Um teste com mais de 97% de especificidade é o exame de campo escuro, que permite ao patologista visualizar o treponema vivo e móvel, fazendo assim ser um teste de rápida realização. Para efeito de monitoramento de grupos populacionais, é feito um teste que dá o resultado em cerca de 1 hora são feitos os testes não treponêmicos, que usam reação de fixação e complemento. Já os testes treponêmicos usam o T. pallidum como antígeno e e são utilizados para confirmar a reatividade de testes não treponêmicos.

Existem diversos tipos de testes como o PCR, imunocromatográfico e FTA, que são respectivamente caracterizados por: diagnóstico de sífilis congênita e neurosífilis; feito de forma rápida, cerca de 5 a 20 minutos; rápida execução e baixo custo, podendo apresentar falso-positivos em doenças auto-imunes. O exame de liquor recomenda-se para exames de recém-nascidos que se encaixem no quadro de sífilis,  esse exame consiste na retirada do líquido cefalorraquidiano contaminado. Em relação a histopatologia ele é pouco indicada no caso dessa doença.

A forma mais fácil e certa de evitar a sífilis é por meio de uso de preservativo na relação sexual e pré-natal para um tratamento correto das mães portadoras dessa doença. Falando do tratamento da sífilis nós devemos utilizar a droga de primeira escolha as penicilinas e em caso de pacientes alérgicos a tais drogas, utilizar a azitromicina.

Em linhas gerais, o artigo retrata bem a sífilis, evidenciando seus tipos e tecendo informações importantes para o entendimento melhor dessa doença. Logicamente não podemos esperar em 16 folhas uma abordagem completa de uma doença tão complexa como essa, porém, senti falta de mais informações a cerca do contato indireto, mesmo sendo mais raro, é extremamente pertinente esse conhecimento para profissionais da área de saúde, afim de evitar casos como esse e saber a procedência correta a se realizar depois do acontecido.
 
 

Luíse Manuelle Souza Correia
Acadêmica do curso de odontologia da Faculdade de Odontologia de Pernambuco - Universidade de Pernambuco (FOP/UPE).

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