A
sífilis, conhecida na Europa desde o século XV, é uma doença infecto contagiosa
crônica, que pode ter transmissão congênita, sexual e mais raramente, de forma
indireta, por agulhas contaminadas e objetos perfuro cortantes. Seu
agente etiológico é o Treponema pallidum
que nas relações sexuais (onde ocorre a maior parte das transmissões) atinge o
sistema linfático regional e outras partes do corpo. A imunidade humoral não
tem capacidade de proteção, já a celular é mais tardia, permitindo ao T. pallidum multiplicar-se e
sobreviver por longos períodos.
Seus
tipos podem ser identificados de acordo com a evolução e o seu tempo de
diagnóstico, sendo elas as Sífilis primária, secundária e terciária e em
relação ao tempo, a sífilis recente e tardia.
A
primária caracteriza-se pela presença do cancro duro, uma lesão específica
desse tipo de sífilis. Em geral esse candro é duro, indolor e sem manifestações
inflamatórias, localiza-se na região genital e regride espontaneamente. Na
secundária, após o período de latência que pode durar de 6 a 8 semanas a doença
entrará novamente em atividade. O acometimento afetará a pele e os órgãos
internos correspondendo à distribuição do T. pallidum por todo o corpo.
O acomentimento das regiões plantares e palmares é bem característico. Quando a
sífilis chega a desenvolver-se à fase terciária, acomete regiões de pele,
mucosa , sistema nervoso, muscular e os ossos. As lesões nesse estágio são de
pequeno número, endurecidas, bordas bem delimitadas, assimétricas.
Na
congênita, como o próprio nome já diz, é a sífilis passada por transmissão
vertical, de mãe ao filho. A contaminação do feto pode ocasionar abortamento,
óbito fetal e morte neonatal em 40% dos conceptos infectados ou o nascimento de
crianças com sífilis. Aproximadamente 50% das crianças infectadas estão
assintomáticas ao nascimento.
Para
se indicar um exame laboratorial deve-se considerar a fase evolutiva da doença,
na fase primária e em algumas lesões secundárias, por exemplo, podemos fazer de
forma direta, que não sofrem interferência de mecanismos cruzados. Em relação a
mucosa oral, deve-se saber da dificuldade de distinção entre o treponema e
outros espiroquetas saprófitas da boca a não ser no teste de imunofluorescência
direta, já que é altamente específico e com sensibilidade superior a 90%.
Um
teste com mais de 97% de especificidade é o exame de campo escuro, que permite
ao patologista visualizar o treponema vivo e móvel, fazendo assim ser um teste
de rápida realização. Para efeito de monitoramento de grupos populacionais, é
feito um teste que dá o resultado em cerca de 1 hora são feitos os testes não
treponêmicos, que usam reação de fixação e complemento. Já os testes
treponêmicos usam o T. pallidum como
antígeno e e são utilizados para confirmar a reatividade de testes não
treponêmicos.
Existem
diversos tipos de testes como o PCR, imunocromatográfico e FTA, que são
respectivamente caracterizados por: diagnóstico de sífilis congênita e
neurosífilis; feito de forma rápida, cerca de 5 a 20 minutos; rápida execução e
baixo custo, podendo apresentar falso-positivos em doenças auto-imunes. O exame
de liquor recomenda-se para exames de recém-nascidos que se encaixem no quadro
de sífilis, esse exame consiste na retirada do líquido cefalorraquidiano
contaminado. Em relação a histopatologia ele é pouco indicada no caso dessa
doença.
A
forma mais fácil e certa de evitar a sífilis é por meio de uso de preservativo
na relação sexual e pré-natal para um tratamento correto das mães portadoras
dessa doença. Falando do tratamento da sífilis nós devemos utilizar a droga de
primeira escolha as penicilinas e em caso de pacientes alérgicos a tais drogas,
utilizar a azitromicina.
Em
linhas gerais, o artigo retrata bem a sífilis, evidenciando seus tipos e
tecendo informações importantes para o entendimento melhor dessa doença.
Logicamente não podemos esperar em 16 folhas uma abordagem completa de uma
doença tão complexa como essa, porém, senti falta de mais informações a cerca
do contato indireto, mesmo sendo mais raro, é extremamente pertinente esse
conhecimento para profissionais da área de saúde, afim de evitar casos como
esse e saber a procedência correta a se realizar depois do acontecido.
Luíse Manuelle Souza Correia
Acadêmica do curso de odontologia da Faculdade de Odontologia de Pernambuco - Universidade de Pernambuco (FOP/UPE).
Nenhum comentário:
Postar um comentário