sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Interpretação laboratorial do Hemograma

O hemograma consiste em um conjunto de avaliações das células do sangue que, junto com dados clínicos, permite conclusões diagnósticas e prognósticas de um grande número de patologias. Atualmente, é um dos exames mais solicitados por profissionais de todas as especialidades.Por isso, tem grande importância no conjunto de dados que devem ser considerados para o diagnóstico médico, não se admitindo erros ou conclusões duvidosas. É composto por três determinações básicas que incluem as avaliações dos eritrócitos (ou série vermelha), dos leucócitos (ou série branca) e das plaquetas (ou série plaquetária).
O hemograma pode ser realizado utilizando equipamentos não automatizados, erroneamente denominados “metodologia manual” e, também, por meio de equipamentos automatizados com ampla variação tecnológica eletrônica associada à informática. Na análise não automatizada são usados três equipamentos: microscópio, centrífuga ou microcentrífuga e espectrofotômetro ou fotocolorímetro. A análise automatizada tem facilitado o desempenho da rotina laboratorial, especialmente quando há mais de vinte hemogramas/dia. Os equipamentos automatizados avançados utilizam diferentes canais com impedâncias específicas, permitindo contagens de eritrócitos, leucócitos e plaquetas ao mesmo tempo. De qualquer forma, a opção por um ou outro tipo de análise automatizada e não automatizada está relacionada ao número de exames de cada laboratório. A qualidade dos resultados depende da boa execução técnica, interpretação dos valores, manutenção dos equipamentos e constante padronização.
Para realizar com competência técnica o hemograma é preciso seguir uma linha de conduta devidamente padronizada que se inicia com a recepção do paciente. Essa fase inclui a própria receptividade, oferecendo ao cliente um ambiente adequado com tratamento profissional. A identificação do paciente deve conter os seguintes dados: nome completo, sexo, idade ou data de nascimento, endereço completo, telefone, nome do médico que solicitou o hemograma e o número do registro do paciente no seu laboratório. A coleta deve ser precedida por algumas observações do coletador: a) estado físico do paciente: normal, ofegante, febril, excitado, desidratado, etc.; b) perguntar se está usando medicamentos. As informações pertinentes devem ser anotadas no prontuário do paciente. A obtenção da amostra de sangue deve ser realizada com o paciente descansado, bem acomodado (deitado ou sentado), com o garrote suficientemente ajustado evitando seu uso prolongado. Obedecer criteriosamente a relação entre o volume de sangue coletado e  concentração de anticoagulante para evitar a hemodiluição ou a hemoconcentração.
O esfregaço sanguíneo bem feito é composto por três partes: espessa, medial e fina. Há vários tipos de métodos: Leishman, Giemsa, May-Grunwald, Wright, panótico, etc. Alguns desses métodos necessitam de tampão com pH 7.0 e de baixa molaridade (água tamponada). A análise ideal se consegue na porção média do esfregaço, enquanto que na porção fina os eritrócitos e leucócitos aparecem geralmente com deformações artefatuais.
A terminologia hematológica deve ser padronizada, obedecendo a critérios internacionais.Sua importância é simples de ser explicada por meio do entendimento do seu significado por qualquer profissional de saúde, de qualquer cidade, estado, região ou país.
A análise da série vermelha contempla a quantificação de eritrócitos, hematócrito, dosagem de hemoglobina e índices hematimétricos (VCM, HCM, CHCM, RDW), bem como o exame microscópico da morfologia eritrocitária. Esses dois conjuntos de análises fornecem subsídios para o diagnóstico das principais causas de anemias.
A análise da série branca, também conhecida por leucograma, avalia as contagens total e diferencial (valores relativo e absoluto) dos leucócitos, bem como a morfologia dos neutrófilos, linfócitos e monócitos. A primeira análise do leucograma verifica a contagem total dos leucócitos: quando os mesmos estão acima do valor padrão para a idade denomina-se por leucocitose, e quando abaixo por leucopenia.
A  contagem total e a análise da morfologia das plaquetas são muito importantes. Produzidas na medula óssea, derivam da fragmentação do citoplasma dos megacariócitos. Tem forma discóide, são anucleares e estão presentes no sangue em quantidades variáveis entre 140 e 450 x 103/mm3. Seu tempo de vida média é variável entre nove e doze dias. A atuação fisiológica das plaquetas é fundamental no processo inicial da hemostasia, promovendo a agregação dessas células e a adesividade delas com as células endoteliais próximas às lesões. Durante essas atividades hemostáticas, as plaquetas funcionam como tampões e promovem o desencadeamento da coagulação sanguínea. Situações que causam plaquetopenias induzem ao sangramento. Por outro lado, pessoas com número de plaquetas dentro dos valores padrões mas com ausência de grânulos (ex.: plaquetas cinzentas) tem sangramentos devido à dificuldade da agregação plaquetária.

Obs.: A análise do hemograma é importante para detectarmos algum tipo de alteração na série vermelha (eritrócitos, hematócrito, dosagem de hemoglobina e índices hematimétricos), na série branca contagens total e diferencial dos leucócitos) e na contagem total de plaquetas.

Discente: Laísa Brenda de Holanda Cavalcanti

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