Interpretação laboratorial do Hemograma
O hemograma
consiste em um conjunto de avaliações das células do sangue que, junto com
dados clínicos, permite conclusões diagnósticas e prognósticas de um grande
número de patologias. Atualmente, é um dos exames mais solicitados por
profissionais de todas as especialidades.Por isso, tem grande importância no
conjunto de dados que devem ser considerados para o diagnóstico médico, não se
admitindo erros ou conclusões duvidosas. É composto por três determinações
básicas que incluem as avaliações dos eritrócitos (ou série vermelha), dos
leucócitos (ou série branca) e das plaquetas (ou série plaquetária).
O hemograma
pode ser realizado utilizando equipamentos não automatizados, erroneamente denominados
“metodologia manual” e, também, por meio de equipamentos automatizados com
ampla variação tecnológica eletrônica associada à informática. Na análise não
automatizada são usados três equipamentos: microscópio, centrífuga ou
microcentrífuga e espectrofotômetro ou fotocolorímetro. A análise automatizada
tem facilitado o desempenho da rotina laboratorial, especialmente quando há
mais de vinte hemogramas/dia. Os equipamentos automatizados avançados utilizam
diferentes canais com impedâncias específicas, permitindo contagens de
eritrócitos, leucócitos e plaquetas ao mesmo tempo. De qualquer forma, a opção
por um ou outro tipo de análise automatizada e não automatizada está
relacionada ao número de exames de cada laboratório. A qualidade dos resultados
depende da boa execução técnica, interpretação dos valores, manutenção dos equipamentos
e constante padronização.
Para
realizar com competência técnica o hemograma é preciso seguir uma linha de
conduta devidamente padronizada que se inicia com a recepção do paciente. Essa fase inclui a própria receptividade,
oferecendo ao cliente um ambiente adequado com tratamento profissional. A
identificação do paciente deve conter os seguintes dados: nome completo, sexo,
idade ou data de nascimento, endereço completo, telefone, nome do médico que
solicitou o hemograma e o número do registro do paciente no seu laboratório. A coleta deve ser precedida por algumas
observações do coletador: a) estado físico do paciente: normal, ofegante,
febril, excitado, desidratado, etc.; b) perguntar se está usando medicamentos.
As informações pertinentes devem ser anotadas no prontuário do paciente. A
obtenção da amostra de sangue deve ser realizada com o paciente descansado, bem
acomodado (deitado ou sentado), com o garrote suficientemente ajustado evitando
seu uso prolongado. Obedecer criteriosamente a relação entre o volume de sangue
coletado e concentração de
anticoagulante para evitar a hemodiluição ou a hemoconcentração.
O esfregaço
sanguíneo bem feito é composto por três partes: espessa, medial e fina. Há
vários tipos de métodos: Leishman, Giemsa, May-Grunwald, Wright, panótico, etc.
Alguns desses métodos necessitam de tampão com pH 7.0 e de baixa molaridade
(água tamponada). A análise ideal se consegue na porção média do esfregaço, enquanto
que na porção fina os eritrócitos e leucócitos aparecem geralmente com
deformações artefatuais.
A
terminologia hematológica deve
ser padronizada, obedecendo a critérios internacionais.Sua importância é
simples de ser explicada por meio do entendimento do seu significado por qualquer profissional de saúde, de
qualquer cidade, estado, região ou país.
A análise
da série vermelha contempla a quantificação de eritrócitos, hematócrito,
dosagem de hemoglobina e índices hematimétricos (VCM, HCM, CHCM, RDW), bem como
o exame microscópico da morfologia eritrocitária. Esses dois conjuntos de análises
fornecem subsídios para o diagnóstico das principais causas de anemias.
A análise da série branca, também
conhecida por leucograma, avalia as contagens total e diferencial (valores relativo e absoluto) dos leucócitos, bem
como a morfologia dos neutrófilos,
linfócitos e monócitos. A primeira análise do leucograma verifica a contagem
total dos leucócitos: quando os
mesmos estão acima do valor padrão para a idade denomina-se por leucocitose, e
quando abaixo por leucopenia.
A contagem total e a análise da morfologia das
plaquetas são muito importantes. Produzidas na medula óssea, derivam da
fragmentação do citoplasma dos megacariócitos. Tem forma discóide, são anucleares
e estão presentes no sangue em quantidades variáveis entre 140 e 450 x 103/mm3.
Seu tempo de vida média é variável entre nove e doze dias. A atuação
fisiológica das plaquetas é fundamental no processo inicial da hemostasia,
promovendo a agregação dessas células e a adesividade delas com as células
endoteliais próximas às lesões. Durante essas atividades hemostáticas, as
plaquetas funcionam como tampões e promovem o desencadeamento da coagulação sanguínea.
Situações que causam plaquetopenias induzem ao sangramento. Por outro lado,
pessoas com número de plaquetas dentro dos valores padrões mas com ausência de
grânulos (ex.: plaquetas cinzentas) tem sangramentos devido à dificuldade da
agregação plaquetária.
Obs.: A análise do hemograma é importante para
detectarmos algum tipo de alteração na série vermelha (eritrócitos,
hematócrito, dosagem de hemoglobina e índices hematimétricos), na série branca contagens
total e diferencial dos
leucócitos) e na contagem total de plaquetas.
Discente: Laísa Brenda de Holanda Cavalcanti
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