sexta-feira, 26 de setembro de 2014

INTERPRETAÇÃO LABORATORIAL DO HEMOGRAMA
Este trabalho, de forma detalhada, nós mostra como deve ser feita a interpretação dos dados presentes no hemograma.
O hemograma é o nome dado ao conjunto de avaliações das células do sangue
que, reunido aos dados clínicos, permite conclusões diagnósticas e prognósticas de grande número de patologias.
O hemograma é composto por três determinações básicas que incluem as
avaliações dos eritrócitos (ou série vermelha), dos leucócitos (ou série branca) e das plaquetas (ou série plaquetária).

A análise da série vermelha é constituída pelas seguintes determinações
Básicas: contagem de eritrócitos (CE) :106/mm3; dosagem da hemoglobina (Hb) :g/dL; hematócrito (Ht) : %; volume Corpuscular Médio (VCM) : μm3 ou fm3 hemoglobina Corpuscular Média (HCM) : pg; 6 – Concentração da Hemoglobina Corpuscular Média (CHCM): g/dL.

A série branca, por sua vez, é analisada por meio dos seguintes índices: contagem total de leucócitos (CTL) : 103/mm3 e contagem diferencial de leucócitos (CDL): Neutrófilos (Bastonetes e Segmentados), Eosinófilos
Basófilos, Linfócitos ,Monócitos.
A contagem diferencial de cada leucócito é emitida em % (ou valor relativo) e em 103/mm3(ou valor absoluto). O valor absoluto tem melhor expressão diagnóstica em relação ao valor relativo.

As plaquetas são analisadas quantitativamente (CP: 103/mm3) e com uso de
contadores automatizados é possível obter o índice PDW (%) que fornece o resultado da amplitude da superfície das plaquetas quantificadas, bem como o MPV (fm3) que indica o volume médio plaquetário.

Além dos resultados quantitativos, o hemograma deve abranger as análises
qualitativas dos eritrócitos, leucócitos e plaquetas que consideram o tamanho e a forma celular, a coloração e as inclusões citoplasmáticas e nucleares, a presença de vacúolos, as atipias celulares, etc. Essas observações são fundamentais para auxiliar o diagnóstico clínico.

A análise da série vermelha contempla a quantificação de eritrócitos, hematócrito, dosagem de hemoglobina e índices hematimétricos (VCM, HCM, CHCM,RDW), bem como o exame microscópico da morfologia eritrocitária. Esses dois conjuntos de análises fornecem subsídios para o diagnóstico das principais causas de anemias. Quando um paciente com anemia (Hb abaixo do valor padrão) se apresenta com o VCM e HCM diminuídos, denomina-se anemia microcítica e hipocrômica; se o VCM e HCM estiverem dentro dos valores da faixa de normalidade, a anemia é normocítica e normocrômica; e se o VCM estiver elevado (não há HCM elevado!) a anemia é do tipo macrocítica.

análise é também conhecida por leucograma e avalia as contagens total e
diferencial (valores relativo e absoluto) dos leucócitos, bem como a morfologia dos neutrófilos, linfócitos e monócitos, principalmente.
A primeira análise do leucograma se suporta na verificação da contagem total
dos leucócitos: quando os mesmos estão acima do valor padrão para a idade denomina-se por leucocitose, e quando abaixo por leucopenia. Especialmente a leucocitose deve ser adjetivada em discreta (ou leve), moderada e acentuada, de acordo com os valores do leucograma.
Exemplo: criança com 7 anos de idade (ver tabela 5) com leucócitos entre 11 e 15 x 103/mm3 é qualificada de leucocitose discreta ou leve; entre 15 e 20 x 103/mm3 por leucocitose moderada; acima de 20 x 103/mm3 por leucocitose acentuada. As leucocitoses ocorrem basicamente em três situações: leucocitose fisiológica – geralmente de grau leve é comum em gestantes, RN, lactantes, após exercícios físicos e em pessoas com febre; leucocitose reativa – estão notadamente relacionadas com o aumento de neutrófilos e se devem às infecções bacterianas, inflamações, necrose tecidual e doenças metabólicas; leucocitose patológica estão relacionadas a doenças mieloproliferativas (leucemias mielóides, policitemia vera, mieloesclerose) e linfoproliferativas (leucemias linfóides e alguns linfomas).

As plaquetas são também produzidas na medula óssea e derivam da
fragmentação do citoplasma dos megacariócitos. Tem forma discóide, são anucleares e estão presentes no sangue em quantidades variáveis entre 140 e 450 x 103/mm3. Seu tempo de vida média é variável entre nove e doze dias. A atuação fisiológica das plaquetas é fundamental no processo inicial da hemostasia, promovendo a agregação dessas células e a adesividade delas
com as células endoteliais próximas às lesões. Durante essas atividades hemostáticas, as plaquetas funcionam como tampões e promovem o desencadeamento da coagulação sanguínea. Por essas razões a contagem total de plaquetas e a análise da sua morfologia são muito importantes. Situações que causam plaquetopenias (tabela 8) induzem ao sangramento.
Por outro lado o aumento do número de plaquetas acima de 450 x 103/mm3 é

denominado de plaquetose. Plaquetoses até 700 x 103/mm3 podem ocorrer notadamente na anemia ferropriva, hemorragias agudas, inflamações e infecções crônicas, anemias hemolíticas, leucemias e policitemia vera. Entretanto há situações em que a contagem de plaquetas é superior a 700 x 103/mm3 podendo chegar até 3.000 x 103/mm3, como é o caso da trombocitemia essencial – doença mieloproliferativa que desencadeia a formação descontrolada das células precursoras das plaquetas, os megacariócitos. Interferências técnicas podem influenciar na contagem.

É extremamente importante que o cirurgião dentista saiba fazer a análise dos exames laboratoriais, dentre eles o hemograma. Pois, dependendo do procedimento e  do estado de saúde do  paciente, o CD terá que lançar mão de meio que assegurem que o mesmo poderá receber tal tratamento com segurança.

Tamara Pacheco.

Nenhum comentário:

Postar um comentário