INTERPRETAÇÃO
LABORATORIAL DO HEMOGRAMA
Este trabalho, de forma detalhada, nós mostra como
deve ser feita a interpretação dos dados presentes no hemograma.
O hemograma é o nome
dado ao conjunto de avaliações das células do sangue
que, reunido aos
dados clínicos, permite conclusões diagnósticas e prognósticas de grande número
de patologias.
O hemograma é composto por três
determinações básicas que incluem as
avaliações dos
eritrócitos (ou série vermelha), dos leucócitos (ou série branca) e das
plaquetas (ou série plaquetária).
A análise da série
vermelha é constituída pelas seguintes determinações
Básicas: contagem de
eritrócitos (CE) :106/mm3; dosagem da hemoglobina (Hb) :g/dL; hematócrito (Ht)
: %; volume Corpuscular Médio (VCM) : μm3 ou fm3 hemoglobina Corpuscular Média
(HCM) : pg; 6 – Concentração da Hemoglobina Corpuscular Média (CHCM): g/dL.
A série branca, por
sua vez, é analisada por meio dos seguintes índices: contagem total de
leucócitos (CTL) : 103/mm3 e contagem
diferencial de leucócitos (CDL): Neutrófilos (Bastonetes e Segmentados),
Eosinófilos
Basófilos, Linfócitos
,Monócitos.
A contagem
diferencial de cada leucócito é emitida em % (ou valor relativo) e em 103/mm3(ou valor absoluto).
O valor absoluto tem melhor expressão diagnóstica em relação ao valor relativo.
As plaquetas são analisadas
quantitativamente (CP: 103/mm3) e com uso de
contadores automatizados é possível
obter o índice PDW (%) que fornece o resultado da amplitude da superfície das
plaquetas quantificadas, bem como o MPV (fm3) que indica o volume médio plaquetário.
Além dos resultados
quantitativos, o hemograma deve abranger as análises
qualitativas dos
eritrócitos, leucócitos e plaquetas que consideram o tamanho e a forma celular,
a coloração e as inclusões citoplasmáticas e nucleares, a presença de vacúolos,
as atipias celulares, etc. Essas observações são fundamentais para auxiliar o
diagnóstico clínico.
A análise da série
vermelha contempla a quantificação de eritrócitos, hematócrito, dosagem de
hemoglobina e índices hematimétricos (VCM, HCM, CHCM,RDW), bem como o exame
microscópico da morfologia eritrocitária. Esses dois conjuntos de análises
fornecem subsídios para o diagnóstico das principais causas de anemias. Quando
um paciente com anemia (Hb abaixo do valor padrão) se apresenta com o VCM e HCM
diminuídos, denomina-se anemia
microcítica e hipocrômica; se o VCM e HCM estiverem dentro dos valores
da faixa de normalidade, a anemia é normocítica
e normocrômica; e se o
VCM estiver elevado (não há HCM elevado!) a anemia é do tipo macrocítica.
análise é também conhecida por
leucograma e avalia as contagens total e
diferencial (valores relativo e
absoluto) dos leucócitos, bem como a morfologia dos neutrófilos, linfócitos e
monócitos, principalmente.
A primeira análise do
leucograma se suporta na verificação da contagem total
dos leucócitos:
quando os mesmos estão acima do valor padrão para a idade denomina-se por
leucocitose, e quando abaixo por leucopenia. Especialmente a leucocitose deve
ser adjetivada em discreta (ou leve), moderada e acentuada, de acordo com os
valores do leucograma.
Exemplo: criança com
7 anos de idade (ver tabela 5) com leucócitos entre 11 e 15 x 103/mm3 é qualificada de
leucocitose discreta ou leve; entre 15 e 20 x 103/mm3 por leucocitose moderada; acima de 20 x 103/mm3 por leucocitose
acentuada. As leucocitoses ocorrem basicamente em três situações: leucocitose
fisiológica – geralmente de grau leve é comum em gestantes, RN,
lactantes, após exercícios físicos e em pessoas com febre; leucocitose reativa – estão notadamente
relacionadas com o aumento de neutrófilos e se devem às infecções bacterianas,
inflamações, necrose tecidual e doenças metabólicas; leucocitose patológica – estão relacionadas a
doenças mieloproliferativas (leucemias mielóides, policitemia vera, mieloesclerose) e
linfoproliferativas (leucemias linfóides e alguns linfomas).
As plaquetas são
também produzidas na medula óssea e derivam da
fragmentação do
citoplasma dos megacariócitos. Tem forma discóide, são anucleares e estão
presentes no sangue em quantidades variáveis entre 140 e 450 x 103/mm3. Seu tempo de vida
média é variável entre nove e doze dias. A atuação fisiológica das plaquetas é
fundamental no processo inicial da hemostasia, promovendo a agregação dessas
células e a adesividade delas
com as células
endoteliais próximas às lesões. Durante essas atividades hemostáticas, as
plaquetas funcionam como tampões e promovem o desencadeamento da coagulação
sanguínea. Por essas razões a contagem total de plaquetas e a análise da sua
morfologia são muito importantes. Situações que causam plaquetopenias (tabela
8) induzem ao sangramento.
Por outro lado o
aumento do número de plaquetas acima de 450 x 103/mm3 é
denominado de
plaquetose. Plaquetoses até 700 x 103/mm3 podem ocorrer notadamente na anemia
ferropriva, hemorragias agudas, inflamações e infecções crônicas, anemias
hemolíticas, leucemias e policitemia vera. Entretanto há situações em que a
contagem de plaquetas é superior a 700 x 103/mm3 podendo chegar até 3.000 x 103/mm3, como é o caso da
trombocitemia essencial – doença mieloproliferativa que desencadeia a formação
descontrolada das células precursoras das plaquetas, os megacariócitos.
Interferências técnicas podem influenciar na contagem.
É extremamente importante que o cirurgião dentista saiba fazer a análise dos exames laboratoriais, dentre eles o hemograma. Pois, dependendo do procedimento e do estado de saúde do paciente, o CD terá que lançar mão de meio que assegurem que o mesmo poderá receber tal tratamento com segurança.
Tamara Pacheco.
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