DIABETES
MELITO: DIAGNÓSTICO, CLASSIFICAÇÃO E
AVALIAÇÃO DO CONTROLE GLICÊMICO
O diabetes de melito inclui um grupo de doenças metabólicas
caracterizadas por hiperglicemia, resultante de defeitos na secreção de
insulina e/ou em sua ação. A hiperglicemia se manifesta por sintomas como
poliúria, polidipsia, perda de peso, polifagia e visão turva ou por complicações
agudas que podem levar a risco de vida: a cetoacidose diabética e a síndrome
hiperosmolar hiperglicêmica não cetótica. A hiperglicemia crônica está
associada a dano, disfunção e falência de vários órgãos, especialmente olhos,
rins, nervos, coração e vasos sanguíneos.
O diagnóstico do diabetes baseia-se fundamental mente nas alterações da
glicose plasmática de jejum ou após uma sobrecarga de glicose por via oral. A
medida da glico-hemoglobina não apresenta acurácia diagnóstica adequada e não
deve ser utilizada para o diagnóstico de diabetes. Os critérios diagnósticos
baseiam-se na glicose plasmática de jejum (8 horas), nos pontos de jejum e de
2h após sobrecarga oral de 75g de glicose (teste oral de tolerância à glicose –
TOTG) e na medida da glicose plasmática casual.
As formas mais freqüentes de diabetes são o diabetes tipo 1 e o diabetes
tipo 2 e os termos “dependente de insulina” e “não dependente de insulina”
anteriormente atribuídos respectivamente aos dois tipos de diabetes foram
eliminados. No diabetes tipo 1 ocorre destruição das células beta do pâncreas,
usualmente por processo auto-imune (forma auto-imune; tipo 1A) ou menos
comumente de causa desconhecida (forma idiopática; tipo 1B). A conseqüência da
perda das células beta é a deficiência absoluta da secreção de insulina, o que
por sua vez deixa os pacientes suscetíveis à ocorrência de cetoacidose, muitas
vezes a primeira manifestação da doença. O diabetes tipo 2 é mais comum do que
o tipo 1, perfazendo cerca de 90% dos casos de diabetes. É uma entidade
heterogênea, caracterizada por distúrbios da ação e secreção da insulina, com
predomínio de um ou outro componente. A etiologia específica deste tipo
dediabetes ainda não está claramente estabelecida como no diabetes tipo 1. A
destruição auto-imune do pâncreas não está envolvida. Também ao contrário do
diabetes tipo 1, a maioria dos pacientes apresenta obesidade.
O diabetes gestacional é definido como a tolerância diminuída aos
carboidratos, de graus variados de intensidade, diagnosticado pela primeira vez
durante a gestação, podendo ou não persistir após o parto.
O diagnóstico do tipo de diabetes é mais difícil, podendo ser necessária
a utilização de alguns exames laboratoriais para estabelecer a possível causa
do diabetes. Entre estes, encontram-se
medida de auto-anticorpos relacionados à insulite pancreática e a
avaliação da reserva pancreática de insulina através da medida do peptídeo C e
da fase rápida de secreção de insulina. Após estabelecido o diagnóstico de
diabetes, os pacientes iniciam diversas modalidades de tratamento para corrigir
a hiperglicemia, procurando atingir o melhor controle metabólico possível, isto
é, níveis de glicose em jejum <110µg/dl ou pós-prandial <140mg/dl ou da glico-hemoglobina
abaixo do limite máximo do método empregado.
A avaliação da glicemia ao longo do dia é uma estratégia importante para
se obter o melhor controle metabólico possível. Usualmente esta avaliação é
realizada através da obtenção de sangue capilar e colocação em fitas reagentes
acopladas a aparelhos que fornecem os resultados em poucos segundos. O uso de
fitas reagentes que fazem uma medida semiquantitativa da glicose na urina é de
fácil realização e de baixo custo. Vários fatores, entretanto, limitam seu uso
como método para avaliação de controle glicêmico. A glicosúria só se torna
positiva quando a sua concentração sérica é superior a 180mg/dl em pacientes
com função renal normal e com valores ainda mais elevados em pacientes com
nefropatia diabética. A presença de cetonúria verificada através de fitas
reagentes e associada a elevados níveis de glicose plasmática indica um grave
distúrbio metabólico e necessidade imediata de intervenção. É o principal teste
para evitar o aparecimento da cetoacidose diabética.
Em suma, o diabetes e as alterações de tolerância à glicose são muito
frequentes na população adulta. Mudanças no estilo de vida e hábitos são
necessárias para que sejam diminuídas o risco de complicações mais sérias. O objetivo do monitoramento contínuo da glicemia é bem-estar e a preservação da sua saúde do
paciente portador de diabetes.
Laísa Vila Nova Asfura, Acadêmica do curso de Odontologia da faculdade
de odontologia de Pernambuco FOP/UPE.
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