A sífilis é uma doença
sexualmente transmissível causada pela bactéria Treponema pallidum. A principal via de
transmissão é através do contato sexual, mas também pode ser transmitida da mãe
para o feto durante a gravidez ou no
momento do nascimento, resultando em sífilis congênita.
A
Sífilis primária (cancro duro ou protos-sifiloma), que surge no local da
inoculação em média três semanas após a infecção. É inicialmente uma pápula de
cor rósea, que evolui para um vermelho mais intenso e exulceração. Em geral o
cancro é único, indolor, praticamente sem manifestações inflamatórias
perilesionais, bordas induradas, que descem suavemente até um fundo liso e
limpo, recoberto por material seroso. Após uma ou duas sema nas aparece uma
reação ganglionar regional múltipla e bilateral, não supurativa, de nódulos
duros e indolores. Localiza-se na região genital em 90% a 95% dos casos.
Após
período de latência que pode durar de seis a oito semanas, a doença entrará
novamente em atividade. O acometimento afetará a pele e os órgãos internos
correspondendo à distribuição do T. pallidum por todo o corpo. Na pele, as
lesões (sifílides) ocorrem por surtos e de forma simétrica. Podem apresentar-se
sob a forma de máculas de cor eritematosa (roséola sifilítica) de duração
efêmera.
Na
sífilis terciária, após período de latência que pode durar de seis a oito
semanas, a doença entrará novamente em atividade. O acometimento afetará a pele
e os órgãos internos correspondendo à distribuição do T. pallidum por todo o
corpo. Na pele, as lesões (sifílides) ocorrem por surtos e de forma simétrica.
Podem apresentar-se sob a forma de máculas de cor eritematosa (roséola sifilítica)
de duração efêmera.
O
diagnóstico laboratorial da sífilis e a escolha dos exames laboratoriais mais
adequados deverão considerar a fase evolutiva da doença. Na sífilis primária e
em algumas lesões da fase secundária, o diagnóstico poderá ser direto, isto é,
feito pela demosntração do treponema. A utilização da sorologia poderá ser
feita a partir da segunda ou terceira semana após o aparecimento do cancro,
quando os anticorpos começam a ser detectados.
O
exame do líquor cefalorraquidiano (LCR) deverá ser indicado nos pacientes que
tenham diagnóstico sorológico de sífilis recente ou tardia com sintomas neurais
e em pacientes que mantiveram reações sorológicas sanguíneas apresentando
títulos elevados após o tratamento correto. A punção lombar nos casos de
sífilis latente tardia (mais de um ano de duração ou de duração desconhecida) e
em pacientes HIV-positivos independente do estágio da sífilis tem sido
questionada, embora mantida como recomendação nos manuais de controle.
Nenhum
teste sorológico isoladamente é seguro no diagnóstico da neurosífilis.
Os exames de sangue
realizados para o diagnóstico da sífilis são divididos em não-treponêmicos e
treponêmicos. Os exames não treponêmicos geralmente são os primeiros a serem
realizados, e incluem o VDRL (do inglês venereal disease research
laboratory) e RPR (rapid plasma
reagin). Entretanto, estes exames apresentam altas taxas de falso positivo (teste positivo
quando paciente não está doente). Por este motivo, é necessária a confirmação
com um teste treponêmico. O VDRL baseia-se na detecção de anticorpos não treponemais. É
usado a cardiolipina, um antígeno presente no ser
humano (parede de células danificadas pelo Treponema) e talvez no Treponema,
que reage com anticorpos contra ela em soro, gerando reações de floculação
visível ao microscópio. Este teste pode dar falsos positivos, e são realizados
testes para a detecção de anticorpos treponemos caso surjam resultados
positivos. Os exames treponêmicos mais usados são o FTA-Abs e o TPHA. Geralmente são
usados para confirmar o resultado positivo dos testes não-treponêmicos, ou
seja, do VDRL, fechando o diagnóstico. Frequentemente realizados na
fase latente ou terciária. O VDRL é único teste que
poderá dar resultado negativo após um tratamento bem sucedido para a sífilis.
No entanto, não é um requisito para a conclusão do sucesso ou não do
tratamento. Ele faz parte dos testes não treponemais e é amplamente usado na
atualidade como exame de rastreio. Por norma os valores no VDRL diminuirão para
níveis ínfimos, mas ainda assim positivos, após o paciente estar tratado.
A sífilis é tratável
e é importante iniciar o tratamento o mais cedo possível, porque com a
progressão para a sífilis terciária, os danos causados poderão ser
irreversíveis, nomeadamente no cérebro. A penicilina G é a primeira escolha
de antibiótico. O tratamento
consiste tipicamente em penicilina G benzatina durante vários dias ou semanas.
Indivíduos que têm reações alérgicas à penicilina (i.e., anafilaxia) podem ser tratados
efetivamente com tetraciclinas por via oral.
Grávidas só podem ser tratadas com penicilina. O tempo de tratamento da sífilis
depende do estágio da doença.
Mário Felipe Monteiro de Sousa
Acadêmico da Faculdade de Odontologia de Pernambuco
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