quinta-feira, 25 de setembro de 2014

HEMOSTASIA  E DISTÚRBIOS DA COAGULAÇÃO

É uma série de fenômenos biológicos que ocorrem como resposta à lesão de um vaso sanguíneo com o objetivo de cessar a hemorragia, impedindo assim a perda maciça de sangue. O mecanismo hemostático inclui três processos: hemostasia primária, coagulação (hemostasia secundária) e fibrinólise. Esses processos têm em conjunto a finalidade de manter a fluidez necessária do sangue, sem haver extravasamento pelos vasos ou obstrução do fluxo pela presença de trombos.
A hemostasia primária é o processo inicial da coagulação, onde mecanismos locais produzem vasoconstrição que diminui o fluxo de sangue no sítio de sangramento. Logo em sequência inicia-se a coagulação, processo em cascata que desencadeia a liberação de vários fatores promotores da coagulação. Consiste basicamente na conversão de uma proteína solúvel do plasma, o fibrinogênio, em um polímero insolúvel, a fibrina, por ação de uma enzima denominada trombina. É um sistema multifacetado, extremamente balanceado, no qual participam componentes celulares e moleculares. Após a formação do coágulo, o sistema fibrinolítico começa a atuar removendo a fibrina formada em excesso e o sangue volta a fluir normalmente no interior do vaso restaurado.
A avaliação clínica da hemostasia torna-se bastante importante na identificação de eventuais portadores de coagulopatias, evitando maiores complicações. Durante esta avaliação,devem-se buscar informações sobre sangramentos anormais. Na avaliação laboratorial, busca-se determinar a causa básica do sangramento anormal. Porém, apresentam o inconveniente de nem sempre estarem disponíveis com a rapidez necessária nas situações críticas que ocorrem  habitualmente nas salas de operação e nas unidades de tratamento intensivo.
O coagulograma determina, principalmente, o perfil quantitativo dos elementos envolvidos no processo de coagulação,determinando se os diversos componentes da hemostasia estão dentro de limites compatíveis com a coagulação normal. São eles: tempo de sangramento (TS),contagem de plaquetas (CP),tempo de tromboplastina parcial e ativador (PTTa),tempo de protrombina (TP),tempo de trombina (TT),dosagem de fibrinogênio.
Os distúrbios da coagulação,são alterações congênitas, hereditárias ou adquiridas.
 Dentro das alterações congênitas, temos as hemofilias,A e B, que são caracterizadas pela deficiência do fator VIII (hemofilia clássica) e IX respectivamente. Além disso, existe a Doença de von Willebrand, caracterizada pela deficiência do fator de Von Willebrand (VIII:vW) de caráter hereditário dominante e autossômico afeta tanto a hemostasia primária —pois funciona como mediador da adesividade plaquetária — quanto a secundária, que regula a produção ou liberação do fator VIII:C que participa da via intrínseca.
As alterações adquiridas incluem a politransfusão, causada pela necessidade de administrar grandes volumes de sangue estocado para corrigir hipovolemia, o principal responsável pela situação é a plaquetopenia diluicional. Drogas como heparina,cumarínicos, além de doenças no fígado também alteram a cascata da coagulação.Por fim, temos a síndrome de coagulação intravascular disseminada(CIVD), onde hemorragia e a trombose ocorrem simultaneamente.
O manejo da anticoagulação em pacientes candidatos à cirurgia deve incluir atenção especial da equipe com o paciente para que a interrupção ou manutenção desses medicamentos não ocasionem, respectivamente, aumento do sangramento cirúrgico ou descompensação da doença que indicou seu uso.
Hoje, já existem agentes farmacológicos capazes de reduzir a perda sanguínea como: anti-fibrinolíticos, acetato de Desmopressina ou DDAVP, colas de fibrina, equipamentos de cauterização ou coagulação e secção.
O presente artigo nos fornece informações básicas sobre como funciona a hemostasia, além de descrever vários distúrbios de coagulação, suas sintomatologias, e terapêutica adotada em todos os casos. E alerta para a importância de uma anamnese bem feita, na identificação e diagnóstico de doenças da coagulação e seus possíveis riscos em procedimentos cirúrgicos.


Laísa Vila Nova Asfura, Acadêmica do curso de Odontologia da Faculdade de Odontologia de Pernambuco FOP/UPE.

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