A sífilis é doença infecto-contagiosa crônica, que acomete praticamente todos os órgão e
sistemas, e, apesar de ter tratamento eficaz e de baixo custo, vem-se mantendo
como problema de saúde pública até os dias atuais. Tornou-se conhecida na
Europa no final do século XV, e sua rápida disseminação por todo o continente
transformou-a em uma das principais pragas mundiais. Seu agente etiológico, o
Treponema pallidum. A penetração do treponema é realizada por pequenas abrasões
decorrentes da relação sexual (sífilis adquirida) e verticalmente (sífilis
congênita) pela placenta da mãe para o feto. O contato com as lesões
contagiantes pelos órgãos genitais é
responsável por 95% dos casos de sífilis. Outras formas de transmissão mais
raras são por via indireta (objetos contaminados, tatuagem) e por transfusão
sanguínea.
TIPOS DE SÍFILIS:
A sífilis é dividida em três tipos de acordo com sua
evolução: sífilis primaria, sífilis secundaria, sífilis terciaria. Ela ainda se
divide em sífilis recente, nos casos em que o diagnóstico é feito em até um ano
depois da infecção, e sífilis tardia, quando o diagnóstico é realizado após um
ano.
Sífilis Primaria
A lesão específica é o cancro duro, que surge no local da
inoculação em média três semanas após a infecção. É inicialmente uma pápula de
cor rósea, que evolui para um vermelho mais intenso e exulceração. Em geral o
cancro é único, indolor, praticamente sem manifestações inflamatórias perilesionais.
Localiza-se na região genital em 90% a 95% dos. As localizações extragenitais
mais comuns são a região anal, boca, língua, região mamária e quirodáctilos. O
cancro regride espontaneamente em período que varia de quatro a cinco semanas
sem deixar cicatriz.
Sífilis Secundaria
Após período de latência que pode durar de seis a oito
semanas, a doença entrará novamente em atividade. O acometimento afetará a pele
e os órgãos internos correspondendo à distribuição do T. pallidum por
todo o corpo. A sintomatologia
geral é discreta e incaracterística.
Sífilis Terciaria
Os pacientes nessa fase desenvolvem lesões localizadas envolvendo
pele e mucosas, sistema cardiovascular e nervoso. Em geral a característica das
lesões terciárias é a formação de granulomas destrutivos (gomas) e ausência
quase total de treponemas. Podem estar acometidos ainda ossos, músculos e
fígado.
Sífilis Cardiovascular
Os sintomas geralmente se desenvolvem entre 10 a 30 anos
após a infecção inicial. Aortite (70%), na maioria dos casos assintomática. O
diagnóstico pode ser suspeitado pela radiografia de tórax evidenciando
calcificações lineares na parede da aorta ascendente e dilatação da aorta.
Neurossífilis
A invasão das meninges pelo treponema é precoce, de 12 a
18 meses após a infecção, mas desaparece em 70% dos casos sem tratamento.
Quando a infecção persiste, estabelece-se o quadro de neurossífilis, que pode
ser assintomática ou sintomática.
Sífilis congênita
A sífilis congênita é o resultado da disseminação
hematogênica T. pallidum da gestante infectada não tratada ou
inadequadamente tratada passada da mãe ao feto.
O diagnóstico laboratorial da sífilis e a escolha dos
exames laboratoriais mais adequados deverão considerar a fase evolutiva da
doença. Na sífilis primária e em algumas lesões da fase secundária, o
diagnóstico poderá ser direto, isto é, feito pela demonstração do treponema. A
utilização da sorologia poderá ser feita a partir da segunda ou terceira semana
após o aparecimento do cancro, quando os anticorpos começam a ser detectados.
Provas Diretas
Demonstram a presença do T. pallidume. Tem indicação na
fase inicial da enfermidade, quando os microorganismos são muito numerosos.
Encontram sua indicação na sífilis primária e secundária em lesões bolhosas,
placas ucosas e condilomas. Podem ser realizados através dos exames de campo
escuro, imunoflorescência e pesquisa direta com material corado. Sendo o exame
de campo escuro o mais indicado.
Provas Sorológicas
O T. pallidumno organismo promove o desenvolvimento de
dois tipos de anticorpos: as reaginas(anticorpos inespecíficos IgM e IgG contra
cardiolipina), dando origem aos testes não treponêmicos, e anticorpos
específicos contra o T. pallidum, que originaram os testes treponêmicos. Os
testes não treponêmicos são úteis para triagem em grupos populacionais e
monitorização do tratamento, enquanto os treponêmicos são utilizados para
confirmação do diagnóstico.
Em 1943, Mahoney mostrou que a penicilina agia em todos
os estágios da síflis. A penicilina continua como droga de escolha. . Nos casos
de alergia à penicilina, o teste intradermico deverá ser feito, bem como, nos
casos comprovados, dessensibilização com a penicilina V oral. Caso essas
medidas não sejam possíveis, deverão ser utilizadas drogas alternativas como:
Doxiclina 100mg/ dia; tetracilcina e a
eritromicina 500mg 6 /6h todos por 15 dias na siflis recente e 30 dias na
tardia. A penicilina é a única droga eficaz no
tratamento de grávidas. No caso dessas pacientes alérgicas a penicilina
deverão ser dessensibilizadas e tratadas com a penicilina.
Ao meu ver o artigo é bastante útil para se entender
vários aspectos relacionados a doença sífilis, como por exemplo, os aspectos
clínicos, forma de transmissão, os estágios evolutivos da sífilis, dando uma
ênfase nos exames necessários para o diagnóstico da doença, e ao tratamento. Na
minha opinião faltou no artigo um maior destaque para as manifestações bucais
da doença, falando mais sobre as características clínicas nessa área.
Larissa Rafaela de Freitas e Silva - 7º período- Turma B - FOP/UPE
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