quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Sífilis: diagnóstico, tratamento e controle

A sífilis é doença infecto-contagiosa crônica, que  acomete praticamente todos os órgão e sistemas, e, apesar de ter tratamento eficaz e de baixo custo, vem-se mantendo como problema de saúde pública até os dias atuais. Tornou-se conhecida na Europa no final do século XV, e sua rápida disseminação por todo o continente transformou-a em uma das principais pragas mundiais. Seu agente etiológico, o Treponema pallidum. A penetração do treponema é realizada por pequenas abrasões decorrentes da relação sexual (sífilis adquirida) e verticalmente (sífilis congênita) pela placenta da mãe para o feto. O contato com as lesões contagiantes  pelos órgãos genitais é responsável por 95% dos casos de sífilis. Outras formas de transmissão mais raras são por via indireta (objetos contaminados, tatuagem) e por transfusão sanguínea.
TIPOS DE SÍFILIS:
A sífilis é dividida em três tipos de acordo com sua evolução: sífilis primaria, sífilis secundaria, sífilis terciaria. Ela ainda se divide em sífilis recente, nos casos em que o diagnóstico é feito em até um ano depois da infecção, e sífilis tardia, quando o diagnóstico é realizado após um ano. 
Sífilis Primaria
A lesão específica é o cancro duro, que surge no local da inoculação em média três semanas após a infecção. É inicialmente uma pápula de cor rósea, que evolui para um vermelho mais intenso e exulceração. Em geral o cancro é único, indolor, praticamente sem manifestações inflamatórias perilesionais. Localiza-se na região genital em 90% a 95% dos. As localizações extragenitais mais comuns são a região anal, boca, língua, região mamária e quirodáctilos. O cancro regride espontaneamente em período que varia de quatro a cinco semanas sem deixar cicatriz.
Sífilis Secundaria
Após período de latência que pode durar de seis a oito semanas, a doença entrará novamente em atividade. O acometimento afetará a pele e os órgãos internos correspondendo à distribuição do T. pallidum por todo o corpo. A sintomatologia geral é discreta e incaracterística.
Sífilis Terciaria
Os pacientes nessa fase desenvolvem lesões localizadas envolvendo pele e mucosas, sistema cardiovascular e nervoso. Em geral a característica das lesões terciárias é a formação de granulomas destrutivos (gomas) e ausência quase total de treponemas. Podem estar acometidos ainda ossos, músculos e fígado.
Sífilis Cardiovascular
Os sintomas geralmente se desenvolvem entre 10 a 30 anos após a infecção inicial. Aortite (70%), na maioria dos casos assintomática. O diagnóstico pode ser suspeitado pela radiografia de tórax evidenciando calcificações lineares na parede da aorta ascendente e dilatação da aorta.
Neurossífilis
A invasão das meninges pelo treponema é precoce, de 12 a 18 meses após a infecção, mas desaparece em 70% dos casos sem tratamento. Quando a infecção persiste, estabelece-se o quadro de neurossífilis, que pode ser assintomática ou sintomática.
Sífilis congênita
A sífilis congênita é o resultado da disseminação hematogênica T. pallidum da gestante infectada não tratada ou inadequadamente tratada passada da mãe ao feto.

O diagnóstico laboratorial da sífilis e a escolha dos exames laboratoriais mais adequados deverão considerar a fase evolutiva da doença. Na sífilis primária e em algumas lesões da fase secundária, o diagnóstico poderá ser direto, isto é, feito pela demonstração do treponema. A utilização da sorologia poderá ser feita a partir da segunda ou terceira semana após o aparecimento do cancro, quando os anticorpos começam a ser detectados.
Provas Diretas
Demonstram a presença do T. pallidume. Tem indicação na fase inicial da enfermidade, quando os microorganismos são muito numerosos. Encontram sua indicação na sífilis primária e secundária em lesões bolhosas, placas ucosas e condilomas. Podem ser realizados através dos exames de campo escuro, imunoflorescência e pesquisa direta com material corado. Sendo o exame de campo escuro o mais indicado.
Provas Sorológicas
O T. pallidumno organismo promove o desenvolvimento de dois tipos de anticorpos: as reaginas(anticorpos inespecíficos IgM e IgG contra cardiolipina), dando origem aos testes não treponêmicos, e anticorpos específicos contra o T. pallidum, que originaram os testes treponêmicos. Os testes não treponêmicos são úteis para triagem em grupos populacionais e monitorização do tratamento, enquanto os treponêmicos são utilizados para confirmação do diagnóstico.
Em 1943, Mahoney mostrou que a penicilina agia em todos os estágios da síflis. A penicilina continua como droga de escolha. . Nos casos de alergia à penicilina, o teste intradermico deverá ser feito, bem como, nos casos comprovados, dessensibilização com a penicilina V oral. Caso essas medidas não sejam possíveis, deverão ser utilizadas drogas alternativas como: Doxiclina 100mg/ dia;  tetracilcina e a eritromicina 500mg 6 /6h todos por 15 dias na siflis recente e 30 dias na tardia. A penicilina é a única droga eficaz no  tratamento de grávidas. No caso dessas pacientes alérgicas a penicilina deverão ser dessensibilizadas e tratadas com a penicilina.

Ao meu ver o artigo é bastante útil para se entender vários aspectos relacionados a doença sífilis, como por exemplo, os aspectos clínicos, forma de transmissão, os estágios evolutivos da sífilis, dando uma ênfase nos exames necessários para o diagnóstico da doença, e ao tratamento. Na minha opinião faltou no artigo um maior destaque para as manifestações bucais da doença, falando mais sobre as características clínicas nessa área.

Larissa Rafaela de Freitas e Silva - 7º período- Turma B - FOP/UPE 


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