O texto dos autores CAGNOLATI, et
al, da Universidade de São Paulo, faz uma abordagem a respeito dos mecanismos
de hemostasia e dos distúrbios a ele relacionados.
Dividido didaticamente, o texto se
distribui das seguintes partes: definição e mecanismos hemostáticos, avaliação
clínica e laboratorial desse processo, os principais distúrbios a eles
relacionados e o manejo de pacientes com alterações.
A parte inicial do texto tem um
cunho didático importante: introduz o texto e dá o suporte técnico para a
compreensão de todo o processo hemostático, definindo-o, classificando-o em
três etapas (hemostasia primaria, coagulação e fibrinólise) e HE a cascata de
coagulação.
A partir disso, os autores
introduzem a que considero ser a parte mais importante do texto, a avaliação
clínica e laboratorial. A avaliação clínica guia a anamnese, enquanto a
laboratorial trás uma importante abordagem dos inúmeros exames possíveis de
serem solicitados quando houver necessidade de avaliação mais acurada da
hemostasia. Contagem de plaquetas, tempo de sangramento, quantificação dos
fatores de coagulação, elastrograma... A quantidade de formas de avaliar a
hemostasia é impressionante. E com a associação com o exame clínico é possível
chegar a um diagnóstico correto.
Isso torna-se o gancho para
dissertar a respeito dos distúrbios de hemostasia, que os autores subdividem em
congênitos (hemofilias, doença de Von Willembrand) e adquiridos (politransfusão,
doença do fígado, entre outros) sempre associando, de forma didática, o
diagnóstico obtido com os valores dos exames laboratoriais. Por fim, apresentam
uma sugestão quanto ao manejo de pacientes com esses distúrbios, nas cirurgias
de pequeno médio e grande porte, além de informações de manejo transoperatório.
A grande vantagem do texto, sem
dúvida, é seu aspecto didático. O exame de coagulograma não é simples, e
apresenta-lo ao público, mesmo da área de saúde, requer cuidado e sequência
lógica para o seu correto entendimento. Uma falha, entretanto, é o uso
exagerado de tabelas não necessariamente claras, que não facilitam a leitura do
texto, pelo contrário tornam-na obrigatória.
Apesar das 28 páginas assustarem
aos leitores num primeiro momento, o texto é de um modo geral simples e
completo, favorecendo tanto ao acadêmico, interessado no conhecimento, quanto ao
profissional que deve sempre se reciclar.
Camila Serpa
Acadêmica
do curso de odontologia da Faculdade de Odontologia de Pernambuco - Universidade
de Pernambuco (FOP/UPE).
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