quarta-feira, 24 de setembro de 2014

HEMOSTASIA E DISTÚRBIOS DA COAGULAÇÃO (CAGNOLATI, et al)


              O texto dos autores CAGNOLATI, et al, da Universidade de São Paulo, faz uma abordagem a respeito dos mecanismos de hemostasia e dos distúrbios a ele relacionados.

              Dividido didaticamente, o texto se distribui das seguintes partes: definição e mecanismos hemostáticos, avaliação clínica e laboratorial desse processo, os principais distúrbios a eles relacionados e o manejo de pacientes com alterações.

              A parte inicial do texto tem um cunho didático importante: introduz o texto e dá o suporte técnico para a compreensão de todo o processo hemostático, definindo-o, classificando-o em três etapas (hemostasia primaria, coagulação e fibrinólise) e HE a cascata de coagulação.

              A partir disso, os autores introduzem a que considero ser a parte mais importante do texto, a avaliação clínica e laboratorial. A avaliação clínica guia a anamnese, enquanto a laboratorial trás uma importante abordagem dos inúmeros exames possíveis de serem solicitados quando houver necessidade de avaliação mais acurada da hemostasia. Contagem de plaquetas, tempo de sangramento, quantificação dos fatores de coagulação, elastrograma... A quantidade de formas de avaliar a hemostasia é impressionante. E com a associação com o exame clínico é possível chegar a um diagnóstico correto.

              Isso torna-se o gancho para dissertar a respeito dos distúrbios de hemostasia, que os autores subdividem em congênitos (hemofilias, doença de Von Willembrand) e adquiridos (politransfusão, doença do fígado, entre outros) sempre associando, de forma didática, o diagnóstico obtido com os valores dos exames laboratoriais. Por fim, apresentam uma sugestão quanto ao manejo de pacientes com esses distúrbios, nas cirurgias de pequeno médio e grande porte, além de informações de manejo transoperatório.

              A grande vantagem do texto, sem dúvida, é seu aspecto didático. O exame de coagulograma não é simples, e apresenta-lo ao público, mesmo da área de saúde, requer cuidado e sequência lógica para o seu correto entendimento. Uma falha, entretanto, é o uso exagerado de tabelas não necessariamente claras, que não facilitam a leitura do texto, pelo contrário tornam-na obrigatória.

              Apesar das 28 páginas assustarem aos leitores num primeiro momento, o texto é de um modo geral simples e completo, favorecendo tanto ao acadêmico, interessado no conhecimento, quanto ao profissional que deve sempre se reciclar.

 

Camila Serpa

Acadêmica do curso de odontologia da Faculdade de Odontologia de Pernambuco - Universidade de Pernambuco (FOP/UPE).

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