terça-feira, 23 de setembro de 2014

INTERPRETAÇÃO LABORATORIAL DO HEMOGRAMA
Paulo Cesar Naoum
Flávio Augusto Naoum


         “O hemograma é o nome dado ao conjunto de avaliações das células do sangue que, reunido aos dados clínicos, permite conclusões diagnósticas e prognósticas de grande número de patologias.”

         “O hemograma é composto por três determinações básicas que incluem as avaliações dos eritrócitos (ou série vermelha), dos leucócitos (ou série branca) e das plaquetas (ou série plaquetária).”

         O artigo nos mostra a importância da interpretação correta acerca dos dados ofertados pelo hemograma. O exame, como já supracitado, é composto pela avaliação da série vermelha, branca e das plaquetas. Esse conjunto é muito importante para avaliarmos os quadros de anemias, infecções e a hemostasia, respectivamente.

         Na série vermelha, a avaliação da quantificação de eritrócitos, hematócrito, dosagem de hemoglobina e índices hematimétricos (VCM, HCM, CHCM, RDW), bem como o exame microscópico da morfologia eritrocitária, colaboram para o diagnóstico das anemias.

         A análise da série branca é feita pelas contagens total e diferencial (valores relativo e absoluto) dos leucócitos. No artigo, são citados alguns casos do aumento do número de leucócitos, a leucocitose, o que é bastante importante:

  • ·    Leucocitose fisiológica – geralmente de grau leve é comum em gestantes, RN, lactantes, após exercícios físicos e em pessoas com febre;
  • ·           Leucocitose reativa – estão notadamente relacionadas com o aumento de neutrófilos e se devem às infecções bacterianas, inflamações, necrose tecidual e doenças metabólicas;
  • ·        Leucocitose patológica – estão relacionadas a doenças mieloproliferativas (leucemias mielóides, policitemia vera, mieloesclerose) e linfoproliferativas (leucemias linfóides e alguns linfomas).



         O artigo ainda cita que “as infecções virais nos induzem a linfocitose relativa, com ou sem leucocitose e, às vezes, até leucopenias”. Ainda de acordo com o artigo, “a leucopenia muitas vezes se deve à diminuição dos neutrófilos e pode ser de causas fisiológica ou induzida por drogas e poluentes, reativa e processos imunológicos. Outro fato a notar é a leucopenia eosinofílica, que pode indicar uma infestação parasitária por ascaris, estrongilóides e schistosomas, principalmente”. Além do exposto, o artigo nos mostra que outras causas de eosinofilias são: alergia, câncer com metástases, doença de Hodgkin, leucemia mieloide crônica, eczema, psoríase, pênfigo e dermatite.

         Por essa e entre outras razões, o leucograma deve ser criteriosamente avaliado.

         As plaquetas, advindas de fragmentos dos megacariócitos - células originadas na medula óssea – são fundamentais no processo inicial da hemostasia, promovendo a agregação dessas células e a adesividade delas com as células endoteliais próximas às lesões. O artigo diz que situações que induzem plaquetopenia induzem ao sangramento e que, um dado importante, pessoas com número de plaquetas dentro dos valores padrões, mas com ausência de grânulos (ex.: plaquetas cinzentas) tem sangramentos devido à dificuldade da agregação plaquetária.

         Já o aumento do número de plaquetas é chamado de plaquetose. O artigo enfatiza que plaquetoses podem ocorrer notadamente na anemia ferropriva, hemorragias agudas, inflamações e infecções crônicas, anemias hemolíticas, leucemias e policitemia vera. Há ainda o caso da trombocitemia essencial, dita como uma doença mieloproliferativa que desencadeia a formação descontrolada das células precursoras das plaquetas, os megacariócitos, que é um caso quando os valores do número de plaquetas está altamente acima do valor máximo.

         O artigo nos deixa claro o quão também é importante sabermos avaliar e interpretar as informações acerca das plaquetas, que além de mostrar como está se sucedendo a hemostasia do paciente, pode nos indicar outros processos patológicos.


Jhony Herick Cavalcanti Nunes Negreiros
Acadêmico do curso de odontologia da Faculdade de Odontologia de Pernambuco - Universidade de Pernambuco (FOP/UPE).

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