quarta-feira, 24 de setembro de 2014

HEMOSTASIA E DISTÚRBIOS DA COAGULAÇÃO



RESENHA:  HEMOSTASIA E DISTÚRBIOS DA COAGULAÇÃO
Daniel Cagnolati
Ajith Kumar Sankarankutty
João Plínio Souza Rocha
André Beer
Orlando Castro e Silva

A hemostasia é uma série de complexos fenômenos biológicos que ocorrem quando um vaso é lesionado e procura deter a hemorragia. Assim, o artigo inicia com uma elucidação acerca dos processos de hemostasia, especificando a hemostasia primária (processo inicial) e seus primas, como vasoconstrição e edema, para produzir um tamponamento natural daquela lesão, além de explicar a importância do endotélio (camada celular interna dos vasos sanguíneos) para o controle de vários aspectos da hemostasia, enfatizando as consequências de sua remoção. O processo de coagulação é delineado em linhas bioquímicas e biológicas para fazer entender ao leitor a importância da cascata de coagulação, bem como suas vias comum, intrínseca e extrínseca.
“O sistema de coagulação por muito tempo foi considerado constituído apenas por fatores de coagulação e plaquetas. Atualmente, considera-se um sistema multifacetado, extremamente balanceado, no qual participam componentes celulares e moleculares (...)”
“O processo de coagulação sanguínea se inicia com a exposição do fluxo sanguíneo a células que expressam fator tecidual(...)”, desta forma é inicializada, seguida de um amplicação do processo de coagulação, depois a fase de propagação para terminar no sistema fibrinolítico, o qual os autores reservam um parágrafo em seu decorrer.
No seguir da temática, nos deparamos com uma avaliação da hemostasia proposta pelos autores, que enfatizam a busca por uma boa anamnese perante o paciente, sempre procurando algo de incomum e relatos de históricos anteriores. Aos exames também são dadas a devida importância durante o artigo, levando em consideração sempre a análise do conjunto para diagnosticar, tratar e cuidar, sendo o coagulograma imprescindível para o perfil quantitativo dos elementos envolvidos no processo de coagulação. É preciso observar se a dosagem dos fatores de coagulação e a contagem das plaquetas determinam se os diversos componentes da hemostasia estão dentro de limites compatíveis com a coagulação normal. Podemos lançar mão de contagem de plaquetas, tempo de sangramento(TS), tempo de tromboplastina parcial (TTP), tempo de coagulação ativado (TCA), tempo de protrombina (TP), tempo de trombina (TT) e tempo de reptilase (TR), além dos produtos de degradação da fibrina (PDFs) e Dosagem do Fibrinogênio.
Os autores ainda buscam expor diversos distúrbios de coagulação sanguínea, podendo ser congênitos, como a hemofilia A (deficiência do fator VIII  de caráter hereditário recessivo e ligada ao sexo, é a mais comum das coagulopatias congênitas) e a hemofilia B (deficiência do fator de caráter hereditário recessivo e ligado ao sexo,  distinguida A pela determinação específica do fator deficiente), além da doença de Von Willebrando (deficiência do fator de Von Willebrand VIII:vW). Ou, ainda citando, podem ser dirtúrbios de coagulação adquiridos pela politransfusão, drogas como heparina, por doenças hepáticas e o CIVD.
  Por fim, mas não menos importante, foi abordado a temática do manejo de anticoagulantes em pacientes candidatos à cirurgias. É evidente que os autores se preocupam em expressar os cuidados com pacientes que se utilizam de drogas antiagregantes plaquetárias para tratamento de quaisquer outras doenças, é preciso ter informações acerca destes medicamentos para chegar à um comum sobre a suspensão ou não do fármaco em prol da cirurgia eletiva. É pertinente lembrar que existem “níveis” de cirurgias, podendo elas ser de pequeno, médio e grande porte, a abordagem será diferente em cada grupo, definindo sempre o risco de sangramento do paciente (INR).
A preocupação por parte dos autores de mostrar a importância de conhecer bem seu paciente e seus riscos, sobre a função normal de seus processos hemostáticos orgânicos e destaque aos exames complementares, foi bem repassada para os leitores e curiosos ao artigo.




 
 Priscila Freire de Melo Lopes – 7º período – Faculdade de Odontologia de Pernambuco (FOP/UPE)

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